» AÇÕES CONTRA O PRECONCEITO NO DIA DE LUTA CONTRA A AIDS PDF Imprimir E-mail


Folder produzido pela Prefeitura para o Dia Mundial de Luta contra a Aids.

São Carlos vai acompanhar neste 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta contra a Aids, o tema em nível nacional: a luta contra o preconceito que ainda existe ao portador do HIV. Neste ano, o Ministério da Saúde reforça em campanha publicitária que as pessoas que vivem com Aids tomam muito remédio e o tratamento não é fácil, mas elas podem trabalhar, estudar, transar com camisinha, como todo mundo. Nesta edição quem faz o apelo é o ator e escritor Cazu Barroz (portador do vírus HIV), que enfatiza: “O que atrapalha é o preconceito. Você não precisa ter Aids para se informar; entenda a doença e ajude a acabar com o preconceito”.

A campanha tem outdoors espalhados pela cidade lembrando a comunidade que o preconceito não deve ser cultuado em nenhum caso. Há também banners nas unidades de saúde e equipes com camisetas que vão entregar 20 mil folders nos locais de maior aglomeração de pessoas como barzinhos, lanchonetes, Shopping Iguatemi, calçadão, alertando a população de que ainda existe uma epidemia e que é preciso ter ações efetivas contra esse vírus.

Em São Carlos, assim como em todo o país, o objetivo é diminuir a discriminação que os portadores sofrem tanto na comunidade como no mercado de trabalho. As equipes de saúde têm identificado que os portadores do HIV ainda têm vergonha de falar que são soropositivo. Eles enfrentam preconceito no emprego, ainda precisam tomar o coquetel contra a Aids escondido e tudo isso tem que ser trabalhado na perspectiva de que a pessoa pode ter uma vida social na comunidade e na família totalmente livre, sem problema algum. Vale lembrar que o vírus só se pega por contato sexual, transfusão de sangue e uso de drogas injetáveis.

Prevenção
Infelizmente a Aids é uma doença que ainda mata e muitas pessoas são portadoras do vírus HIV e não sabem da sua sorologia. “É importante que as pessoas façam o teste do HIV porque o diagnóstico com antecedência permite a imediata aplicação de ações de saúde que vão manter a qualidade de vida da pessoa, postergando o aparecimento dos sinais e sintomas da Aids, como as infecções oportunistas, emagrecimento, entre outros. Esta é a nossa grande batalha”, frisa Blaranis Pauletto, coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids.

Qualquer pessoa pode fazer um teste de HIV. Eles são feitos nas Unidades Básicas de Saúde de maneira simples e sem burocracia. A partir do momento em que se identifica que o paciente é soropositivo, ele é encaminhado para o ambulatório de DST/Aids que fica no Centro Municipal de Especialidades (CEME) e passa a ser assistido por uma equipe multidisciplinar composta por médicos, psicólogos, enfermeira, assistente social, fisioterapeuta, auxiliares de enfermagem, farmacêutico.

A equipe trabalha para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas e tratar de forma adequada as patologias causadas pelo vírus HIV. “Os resultados têm sido positivos e se a pessoa não faz a adesão ao tratamento com o anti-retroviral nós acionamos a psicóloga e a enfermeira para estar conversando com este paciente e sua família e tentar resolver os problemas que vão parecendo em decorrência da doença”, diz Blaranis.

São Carlos
Em relação ao ano passado, quando desde 1987 haviam sido registrados 1.296 casos da doença, de acordo com dados divulgados pelo Programa Municipal de DST/Aids, os casos passaram para 1.334, registrando o aparecimento de 38 novos casos no município. A estratificação aponta que 874 são casos de Aids, 460 de HIV e 476 foram a óbito. Entre as crianças, há o registro de 154 casos, sendo 18 com Aids e HIV positivo confirmados e 41 em elucidação. A boa notícia é que 68 casos de crianças foram negativados.

Segundo Blaranis, apesar de estável, o número de casos ainda é grande e existem muitas pessoas que não sabem que têm o vírus. “Houve um aumento no número de casos de Aids entre as mulheres com idade entre 24 e 29 anos (exatamente na idade em que elas são reprodutivas), no segmento das pessoas casadas e dos homens com idade entre 50 e 59 anos. Precisamos intensificar a divulgação e orientar que na relação sexual duvidosa que não houve proteção, as pessoas quando procurarem o médico devem solicitar o exame HIV”, disse.

Blaranis lembra também que não se pode relaxar na prevenção, uma vez que nos últimos quatro anos não há em São Carlos nenhuma criança soropositiva por transmissão vertical (contaminação durante a gestação, parto ou amamentação). “As gestantes precisam se conscientizar da necessidade de realização do teste do HIV, já que o protocolo do pré-natal preconiza a realização de pelo menos um exame de sorologia para a doença. Elas tomam o coquetel durante a gestação, recebem uma dose de ataque durante a cesariana e acompanhamos a criança até dois anos com aplicação de xarope de AZT. Isso tem sido decisivo na negativação de casos em crianças filhas de mãe soro-positivas”, explicou.

Outras ações
Ainda em comemoração ao Dia Mundial de Luta contra a Aids será realizada no dia 9 de dezembro, das 8h às 14h, no Hotel Anacã (avenida São Carlos, 2.690), a I Jornada de Ginecologia e Obstetrícia em parceria com a Sociedade Médica, com o objetivo de capacitar médicos e enfermeiros em vários temas relacionados à sexualidade, gravidez, métodos contraceptivos, câncer de próstata e distúrbio de envelhecimento masculino, vacina quadrivalente para o HPV entre outros, reunindo palestrantes do Instituto Dante Pazzanezzi de Cardiologia de São Paulo e Faculdades de Medicina de Ribeirão Preto, Botucatu e Santa Casa de São Paulo.

Programa Municipal de DST/Aids.

(30/11/06)