» GRAFITE MUDA A FACHADA DO CENTRO COMUNITÁRIO DO PACAEMBU Imprimir

Alguns garotos e o professor Lucas (de costas e calça verde) no início da pintura do muro.
Ao final do curso, o trabalho exposto na esquina das ruas Paraná e Pernambuco. Quem passa pela região do Pacaembu deve ter percebido o colorido que toma conta da fachada do Centro Comunitário “Maria Bernadete Rossi Ferrari”, na esquina das ruas Paraná e Pernambuco. O trabalho foi feito pelos alunos da oficina de grafite “Do lápis ao spray”, oferecida pela Prefeitura aos jovens do bairro no segundo semestre do ano que passou.

A grafitagem deu cara nova ao local e chama a atenção de quem passa por ali. Para a dona de casa Valéria Gomes Francisco, os desenhos e as cores trouxeram mais vida para o bairro. “Essa garotada devia mesmo aprender a fazer bonitos trabalhos nos muros e evitar sair pichando”, afirmou a moradora.

Esse é um dos objetivos do curso oferecido pela Secretaria de Cidadania e Assistência Social em parceria com o Departamento de Artes e Cultura, por meio do Programa Ciranda Cultural.

O artista e monitor da oficina, Lucas Tavares Ferreira, que já desenvolveu outras atividades culturais com moradores do Cidade Aracy, disse que a freqüência da garotada foi complicada, mas ao final todos demonstraram interesse em participar da pintura do muro. “Em média foram 25 alunos, em encontros semanais. Começamos com desenho básico, eles tiveram um contato com um grafiteiro de Diadema, acho que foi muito produtivo”. Lucas explicou que foram três dias seguidos para concluir a construção do painel no muro. “Eles ficaram muito anciosos para usar a lata, mas o manuseio é complicado”.

O resultado foram bonitos desenhos que mostraram a criatividade dos participantes. Danilo, de 17 anos, que mora no Jardim Gonzaga, garantiu que aprendeu bastante. “Foi legal, muito bom. Perdi algumas aulas, mas ajudei a grafitar o muro, gosto de desenhar e agora vou aproveitar”, disse.

Os amigos Everton e Leandro, que antes pichavam muros, afirmam que agora vão se dedicar a grafitar com consciência. “Eu não fiz as aulas, mas ajudei a fazer o muro, achei da hora, quero aproveitar as próximas oportunidades e participar das oficinas”, declarou Everton, de 14 anos. “Foi a primeira vez que participei de uma oficina, eu me interessei pelo assunto, antes eu pichava, agora aprendi uma técnica legal”, concluiu Leandro, de 15 anos.

(02/01/07)