» ANTROPÓLOGA REGINA NOVAES PROFERE PALESTRA PARA JOVENS PDF Imprimir E-mail





A antropóloga Regina Novaes, uma das maiores autoridades na área de infância e juventude, pesquisadora do CNPq e consultora do Instituto Brasileiro de Análises Socioeconômicas (IBASE), acompanhada do prefeito Newton Lima e da secretária municipal de Infância e Juventude, Rosilene Mendes dos Santos, se reuniu na terça, dia 11, no Centro Municipal de Cultura Afro-Brasileira “Odette dos Santos”, com jovens de São Carlos.

Participaram da palestra representantes do Conselho Municipal da Juventude, Conselho Municipal da Comunidade Negra, Coletivo da Juventude Negra, União São-carlense de Estudantes Secundaristas, Coletivo do Hip Hop e da Associação de Skatistas, Patins e Bikers de São Carlos.

O prefeito Newton Lima abriu a palestra explicando que a são-carlense Regina Novaes já produziu inúmeros artigos, publicou livros e integrou vários grupos de pesquisa sobre questões juvenis e participou das discussões que levaram à criação do Programa Nacional de Inclusão de Jovens: Educação, Qualificação e Ação Comunitária (ProJovem).

“A Regina foi, a convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, secretária-adjunta da Secretaria Nacional da Juventude e a primeira presidente do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve). Como São Carlos, desde 2001, tem como uma das suas prioridades a infância e juventude, tanto que criamos uma secretaria especial para cuidar da área, não poderíamos deixar de convidar a pesquisadora Regina para vir conhecer os locais onde estamos construindo os centros da juventude e homenageá-la colocando o nome do seu irmão, Lauriberto José Reyes, no centro do bairro Cidade Aracy”, disse.

Regina Novaes expôs suas idéias sobre o perfil da juventude brasileira e sobre o novo formato que o governo federal deu ao ProJovem, agora com quatro subdivisões: ProJovem Urbano, ProJovem Campo, ProJovem Trabalhador e ProJovem Adolescente. “O Programa permite que os jovens sejam reintegrados ao processo educacional, recebam qualificação profissional e tenham acesso a ações de cidadania, esporte, cultura e lazer. Além de assegurar um significativo aumento no número de jovens participantes, com 4,2 milhões de vagas, a unificação dos programas possibilitou a ampliação da faixa etária para até 29 anos”.

Sobre a definição de juventude, a pesquisadora respondeu: “É uma juventude diversificada. Precisamos de imediato colocar a palavra no plural, pois todas as desigualdades e as diferenças sociais que verificamos na sociedade também estão na juventude. Por outro lado, essa mesma juventude tem alguns pontos em comum. Dois deles que chamamos de marcos geracionais, que são a insegurança em planejar o futuro diante de um presente instável, no qual o mercado de trabalho é restritivo e mutante, e outro é a violência física. As armas de fogo, o tráfico de drogas e o despreparo da polícia fazem com que os jovens morram muito mais cedo e convivam com a morte de uma forma muito mais próxima do que as gerações anteriores. É uma juventude que para viver o presente e fazer uma emancipação para o futuro está precisando que os municípios invistam em políticas públicas. E, nesse sentido, São Carlos está de parabéns. Hoje tive a oportunidade de conhecer os projetos que a Prefeitura desenvolve nessa área e percebi que são muitas as ferramentas públicas disponíveis”.

Finalizando a palestra, Regina Novaes ressaltou que “a juventude não pode apenas receber apoio do governo, mas também tem muito a contribuir com o país”. Para a secretária Rosilene Mendes dos Santos, é muito importante para as organizações juvenis de São Carlos participar de palestras com especialistas nessa área para que possam se organizar. “Todos esses encontros servem também de instrumento catalisador dos desejos, anseios, opiniões e necessidades dos nossos jovens na construção de novas políticas públicas”.

NAI
Para Regina, o Núcleo de Atendimento Integrado (NAI) é um ponto de referência muito importante para todo o país. “A experiência do NAI é maravilhosa, por isso acho que deve ser fortalecida. Acho que antes de o governo do Estado implantar outro programa aqui, deveria ampliar o NAI, e não só aqui, mas na região como um todo e estabelecer uma cooperação entre as cidades vizinhas para graus diferentes de jovens considerados infratores. É necessário potencializar o que já existe e vem dando certo. São Carlos é pioneiro porque foi um dos primeiros municípios a colocar em prática o que determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”.

(12/12/07)