CORDEL E XILOGRAVURA EM EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA DALILA GALLI PDF Imprimir E-mail

A biblioteca Escola do Futuro Dalila Galli, com apoio da Secretaria Municipal de Educação, preparou para o mês de agosto a segunda edição da exposição com referência a literatura de cordel.

 

Vendido nas barracas das feiras livres pendurado em cordões e recitado ou cantado pelos poetas violeiros para atrair os compradores, ele já foi, no interior do Nordeste, o jornal, a música, o lazer de um povo. O cordel sempre foi atração nos salões ou terreiros das casas para fantasiar histórias lidas. Servia também para alfabetizar tantos outros que as vezes sabia de cor folhetos famosos.

 

O hábito de ler cotidianamente o cordel fez surgir no Nordeste poetas de expressão como Patativa do Assaré e revelar ao mundo uma música inigualável de Luiz Gonzaga, valores que sintetizam a grandiosidade da nossa arte popular.

 

A bibliotecária Patrícia Helena Paschoalotti Cartaxo, destaca que o ponto chave entre os objetivos da exposição é o reconhecimento da importância da literatura de cordel enquanto patrimônio histórico e cultural do povo brasileiro. A poesia de cordel enquanto recurso pedagógico serve de base para debater temas relacionados à educação escolar como cidadania, solidariedade, preconceito, discriminação racial, consciência ambiental, espiritualidade, ética, educação sexual, combate às drogas, violência, condição social da população, amor ao próximo.

 

A literatura de cordel é escrita em forma rimada e os poemas são ilustrados com xilogravuras, o mesmo estilo de gravura usado nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, além de fazerem as leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores.

 

A exposição recheada de livros, brinquedos, brincadeiras e objetos estão disponíveis para apreciação e para utilização. Na exposição os visitantes tem a oportunidade de tocar nos materiais, nos brinquedos e participar das brincadeiras, em duplas ou em grupos. Estão expostos alguns cordéis com alguns dos personagens do folclore, entre eles: o chupa-cabra, o boitatá, o lobisomem, o curipira, a lenda do guaraná, Maria caninana, caipora, boto e o mapinguari, também teremos algumas xilogravuras com seus significados com referencia ao folclore da região Nordeste: o carro de boi, os violeiros, dançando forró, o xaxado, ciranda-cirandinha, Lampião e Maria bonita, Lampião e padre Cícero e o bumba meu boi.

 

Além disso, o SIBI – Sistema Integrado de Bibliotecas do município de São Carlos, por meio da diretora Daniele Ferreira Furlan, lançou esse ano o Iº concurso de cordéis com alunos da rede municipal de ensino, especificamente com alunos dos 4º anos do ensino fundamental, no intuito de estimular a leitura e produção de cordel entre professores, alunos e demais integrantes da comunidade escolar, contribuindo para o resgate da literatura de cordel, para a produção de textos seguindo um tema pré-definido, no caso o folclore. As crianças se empolgaram com a novidade e despertaram grande interesse em participar desse projeto.