QUEIMADAS: O PREJUÍZO NÃO É SÓ DA NATUREZA, MAS TAMBÉM DO INFRATOR Imprimir

Clima quente e seco, baixa umidade do ar, estiagem e ventos fortes, que podem carregar uma folha em chamas por muito metros, são fatores que contribuem para que as queimadas ocorram. Porém o maior agente ainda é a ação do homem. Para que a população se conscientize do perigo dessa ação, a Prefeitura de São Carlos, juntamente com a Defesa Civil, Guarda Municipal, secretarias de Habitação e Desenvolvimento Urbano e de Comunicação e APASC (Associação Para Proteção Ambiental de São Carlos), lança a campanha “Queimadas: O prejuízo não só da natureza, mas também do infrator”.

 

A Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano recebe denúncias pela Ouvidoria, por meio de requerimentos e também pela fiscalização. Quando constatada a queimada é lavrado um auto de infração que é encaminhado ao proprietário do imóvel identificado pelo fiscal ambiental de acordo com a ficha cadastral da propriedade. Após o recebimento do auto de infração, o proprietário tem 10 dias para protocolar o recurso, que é encaminhado para a Coordenadoria do Meio Ambiente, onde é feita uma análise. Após análise do recurso podem ocorrer três situações: o recurso pode ser deferido, indeferido ou a multa do auto de infração pode ser substituída por compensação ambiental, que seria o plantio de algumas mudas de acordo com o valor da multa, estipulado pela comissão julgadora. Hoje o valor da multa é de R$ 2,32 por metro quadrado. Em 2017 foram emitidos 173 autos de infração de incêndio. Esse ano já foram emitidos 95 autos de infração de incêndio.

 

De acordo com Pedro Caballero, diretor da Defesa Civil, em 2017 foram 62 dias sem chuva. “Esse ano a estiagem já é maior, pois já estamos há 64 dias sem chuva e sem previsão de quando ela chegará. Quando falamos em chuva temos que considerar pelo menos 10 milímetros para atingir o lençol freático, o que não acontece desde maio. Entramos em estado de atenção já que o índice de umidade está em 30% quando o ideal deveria ultrapassar 60%, por isso chamamos a atenção para que a população denuncie quem provoca queimadas”, ressalta Caballero.

 

O Corpo de Bombeiros de São Carlos registra um número maior de chamadas nessa época do ano. Em 2017 foram 638 chamadas para combater incêndios em vegetação natural. Somente no primeiro semestre desse já foram contabilizadas 269 chamadas.

 

Para a vereadora Laíde das Graças Simões, presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal, falta conscientização por parte da população, por isso a importância das campanhas. “Nessa época de seca muita gente coloca fogo no fundo de quintal para queimar lixo, mas é uma prática que tem que mudar. Importante também para que elas saibam onde recorrer, mesmo em caso de pequenos focos. Outra questão importante que as pessoas precisam entender é com relação às consequências das queimadas, já que a fumaça e as fuligens podem causar ou agravar doenças respiratórias”, alerta a vereadora.

 

Mateus de Aquino, secretário de Comunicação, acredita que conscientização é o caminho. “Nenhum programa de prevenção e combate a incêndio terá êxito se não houver integração e participação da comunidade, por isso é importante que as pessoas tenham consciência, por meio de ações integradas, dos prejuízos ambientais, sociais e econômico das queimadas”, ressalta o secretário.

 

Ano passado foram registrados cerca de 272 mil focos de fogo em todo o país, 46% a mais do que em 2016 e acima do recorde anterior, de 2004, quando foram detectados 270 mil pontos de calor. Incêndios criminosos destruíram 986 mil hectares de unidades de conservação. Nas terras indígenas, os focos aumentaram 70% e ultrapassaram 7 mil.

 

(20/07/2018)