CÂMARA MUNICIPAL APROVA FINANCIAMENTO DE R$ 24,5 MILHÕES PARA O SAAE PDF Imprimir E-mail

A Câmara Municipal de São Carlos aprovou na sessão desta terça-feira (17/12), o financiamento no valor de R$ 24,5 milhões para a realização de serviços e obras relacionadas ao sistema de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto no município de São Carlos, por meio do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE).

 

O município esta inserido entre duas Unidades Hidrográficas de Gerenciamento de Recursos Hídricos, sendo: Bacia do Rio Mogi-Guaçu, com aproximadamente dois terços do território municipal e Bacia Tietê-Jacaré, onde se localiza toda a sua área urbana. A sede do município apresenta 100% de domicílios com acesso a água tratada e 98% com acesso a coleta e tratamento de esgoto.

 

Nos últimos anos foi registrado no município um grande aumento de empreendimentos imobiliários, acarretando num significativo acréscimo de demanda no fornecimento de água, o que, consequentemente, vem trazendo prejuízo no abastecimento, principalmente nos horários de pico.

 

Devido à localização da ETA Vila Pureza, a melhor alternativa para suprir a atual demanda de água é a exploração do Aquífero Guarani, através da construção de um novo poço tubular profundo e o aumento do sistema de reservação através da construção de mais um reservatório apoiado.

 

Portanto, para a melhoria do sistema de tratamento e acréscimo de produção e reservação de água são necessárias as seguintes obras: reforma e adequações dos filtros da ETA Vila Pureza, bem como a construção de sistema de lavagem desses filtros; construção de poço tubular profundo com capacidade de extração da ordem de 250.000 litros por hora e construção de reservatório apoiado com capacidade de armazenamento de 2.500.000 de litros.

 

“Solicitamos esses recursos para podermos continuar disponibilizando a todos os são-carlenses água de qualidade e em quantidade suficiente para atender a demanda requerida”, explica Benedito Marchezin, presidente do SAAE.

 

Com os recursos o SAAE também pretende resolver o problema do esgotamento sanitário do Varjão. “Atualmente a zona urbana da cidade de São Carlos está coletando e tratando 98% dos esgotos gerados, entretanto, o esgotamento sanitário do Bairro Varjão, por estar situado em área de expansão urbana, não dispõe de sistema de coleta, transporte e tratamento de efluentes, desta maneira, o destino final de 100% do esgoto gerado é através de fossas sépticas, sendo a grande maioria construída de forma inadequada, causando doenças à população por meio da veiculação hídrica e contaminação do meio ambiente, em especial, o lençol freático”, explica Marchezin.

 

A atual situação do esgotamento sanitário da região obriga o município, por meio de Termo de Ajustamento de Conduta – TAC, interposto pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, a promover o recolhimento e transporte dos efluentes através de caminhões limpa fossas. 

 

A implantação das redes coletoras, dos interceptores, emissário e Estação de Tratamento de Esgoto irá proporcionar a universalização da coleta dos esgotos do município de São Carlos, atendendo ao disposto na Resolução CONAMA nº 357/05, em seu artigo 24, que proíbe o lançamento de esgoto em qualquer corpo d’ água, sem antes passar por sistema de tratamento.

 

Cabe ainda ressaltar que o município foi condenado através de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, Processo nº 566.01.2010.013019-8, a implantar todo o sistema de esgotamento sanitário da região do Varjão, realizando a coleta, afastamento e tratamento dos efluentes gerados.

 

Outra melhoria que faz parte da proposta é a reforma do flotador da ETE Monjolinho. Esta unidade é responsável pela remoção de poluentes que não são removidos pelos processos biológicos. Esse tipo de tratamento retira poluentes inorgânicos, materiais insolúveis, metais pesados, material orgânico não biodegradável, sólidos em suspensão, além do fósforo orgânico solúvel, bactérias, vírus, matéria orgânica, etc. Portanto, é fundamental para a eficiência do tratamento de esgoto que a flotação por ar dissolvido opere de maneira adequada, eliminando doenças causadas por veiculação hídrica.

 

A ETE Monjolinho iniciou sua operação em 2008 e atualmente esta unidade necessita de reparos. Como a manutenção pretendida requer alto investimento, a sua realização somente será viabilizada através do financiamento em questão.

 

Confira a relação das obras que serão realizadas destinadas ao sistema de abastecimento de água na sede do município e seus respectivos valores:

 

Itens

Descrição

Valores (R$)

1

Construção de reservatório apoiado com capacidade de 2.500.000 de litros.

2.500.000,00

2

Construção de poço tubular profundo para extrair 250.000 litros/hora.

2.200.000,00

3

Reforma dos filtros da ETA e construção de sistema de lavagem

4.200.000,00

 

Abaixo é apresentado o quadro com a relação das obras que serão realizadas no sistema de coleta, transporte e tratamento de esgoto na região do Varjão e melhorias do sistema de flotação da ETE Monjolinho e seus respectivos valores:

Itens

Descrição

Valores (R$)

1

Redes coletoras dos loteamentos que compõem a região do bairro Varjão

1.500.000,00

2

Interceptores e Emissário do bairro Varjão

3.500.000,00

3

ETE Varjão

8.000.000,00

4

Reforma do flotador da ETE Monjolinho

2.600.000,00

 

 

(17/12/19)