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Trinta anos de educação e preservação ambiental.



1: Arara-piranga (Foto: Rodrigo Z. Damiano)
2: Esquilo (Foto: Rodrigo Z. Damiano)
3: Filhote de onça-pintada (Foto: Rodrigo Z. Damiano)
4: Rhea Americana
5: Lobo-guará (Foto: Haroldo Palo Jr.)
6: Cebuella pygmaea
7: Olhar de iguana (Rodrigo Z. Damiano)

PARQUE ECOLÓGICO ABRIGA CERCA DE 900 ANIMAIS

O Parque Ecológico de São Carlos “Dr. Antonio Teixeira Vianna” (PESC), da Prefeitura, comemora 30 anos de existência neste sábado, dia 9, tendo como prioridades o trabalho voltado para reprodução e preservação das espécies e a educação ambiental. Os 72 hectares do parque abrigam cerca de 900 animais de 102 diferentes espécies. Vinte e cinco funcionários da Prefeitura, entre eles dois biólogos, um educador ambiental e uma veterinária especialista em animais silvestres cuidam dos 84 recintos, os maiores para animais silvestres do Brasil. Vale reforçar que o diretor do Parque, Fernando Magnani, é vice-presidente da Sociedade de Zoológicos do Brasil (SZB), entidade nacional que coordena as atividades em conjunto dos zoológicos.

“Somos um dos únicos zoológicos do Brasil especialistas em manejo de fauna silvestre da América do Sul, em especial as espécies ameaçadas do Brasil”, explicou Fernando. O local onde hoje está instalado o Parque foi, 30 anos atrás, a Piscina Municipal do Espraiado. Durante essa transição, o local pertenceu à UFSCar, como fundação, depois ficou um período abandonado e, na década de 80, a Prefeitura reassumiu e deu ao Parque o nome do médico veterinário Dr. Antonio Teixeira Vianna. Em 1988, o local foi reaberto ao público.

Dr. Antonio Teixeira Vianna foi o técnico responsável, na década de 40, pela criação do gado canchin, cruzamento inicial entre touros charoleses e vacas zebus de tipo Indubrasil. Baiano, Teixeira Vianna se formou na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e, depois de trabalhar em vários Estados brasileiros, veio para São Carlos. Viúvo, se casou com a são-carlense Jeny Gibertoni. “Vivemos juntos por 13 anos e muito me orgulha saber que uma das únicas homenagens que meu marido recebeu foi ter seu nome em um patrimônio público de tamanha importância como o Parque Ecológico de São Carlos, que é reconhecido nacionalmente pelo trabalho que realiza”, afirmou Jeny Gibertoni Teixeira Vianna, professora universitária aposentada.

Reprodução
Quando o assunto é reprodução, o Parque se destaca com o único grupo reprodutivo no Brasil do sagüi marrom, uma espécie do Pantanal, e também do sagüi pigmeu, a menor espécie do planeta. “Somos um dos primeiros zoológicos a reproduzir o mico-leão-da-cara-dourada, espécie muito ameaçada de extinção, isso em 92. Participamos de programas internacionais de conservação envolvendo zoológicos do Brasil e exterior para algumas espécies, como o urso de óculos, tamanduá-bandeira, lobo-guará, as várias espécies de mico-leões”, disse Fernando.

Ainda segundo o diretor, o mais notável no Parque é o reconhecimento pelo local ter fechado todo o ciclo de conservação da ema, animal que é símbolo do PESC. “Há 15 anos esse animal não se reproduzia e morria com facilidade, mas depois de muita pesquisa somos um dos poucos zoológicos do Brasil a enviar o animal de volta para a natureza. Faz dois anos que recolocamos a ema na reserva de Caiuá, no Paraná, e isso é o máximo da conservação”, afirmou Fernando.

Outro fator importante é a educação ambiental. Freqüentemente são realizadas atividades que envolvem crianças e adultos, além de um espaço para pesquisa e palestras. Além de estar aberto para visitação, no PESC são realizados passeios e cursos, com destaque para o curso de férias, que todo semestre atrai dezenas de crianças e aposta na educação para garantir a preservação ambiental. A equipe do local acredita que a conservação ambiental depende diretamente do aumento da consciência, e isso só é possível se as pessoas conhecerem de perto o meio onde vivem.

Para os próximos anos, a filosofia do PESC é reforçar esse trabalho e a intenção é separar toda a coleção de animais por ecossistemas, cerrado, catinga, amazônia etc., facilitando o processo de educação ambiental. Entre todas as virtudes do Parque, o diretor de Política Ambiental da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia, Paulo Mancini, destaca uma particularidade muito especial: “ele abriga e protege uma das principais nascentes, o córrego do Espraiado, que é manancial de água para cerca de 40 mil pessoas da cidade”.

Parceria
Para manter esse nível de atendimento e dar continuidade às conquistas, são necessários investimentos. A SAPESC – Sociedade de Amigos do Parque Ecológico de São Carlos –, que existe desde 2002, tem um papel fundamental. “Pela sociedade, viabilizamos a entrada de recursos e damos suporte. Quando surgiu a proposta de criação da sociedade fiz questão de participar, porque é admirável o trabalho dos profissionais que estão no Parque”, comentou Luiz Augusto Alves Dibbo, presidente da SAPESC, que conta hoje com 50 sócios.

O trabalho da sociedade foi imprescindível na conquista de emendas parlamentares na Câmara Municipal que estão permitindo a construção do Hospital Veterinário, mais um importante passo da cidade que avança e diferencia no atendimento, uma vez que a maioria dos zoológicos no Brasil tem apenas uma enfermaria para tratar os animais. A previsão é terminar as obras ainda este ano. A câmara fria é outro importante exemplo. Com recursos da própria Prefeitura, foi comprado o equipamento que economiza o consumo de energia e aumenta a capacidade de armazenamento dos alimentos.

A chefe do Ibama Regional de Ribeirão Preto, Eliana Viesi Velocci, destacou o interesse da atual administração quando o assunto é meio ambiente. “Só tenho elogios para fazer ao Parque Ecológico de São Carlos. Posso garantir que a cidade é referência em gestão, nota 10 mesmo! É um zoológico diferenciado, um estilo que deve ser seguido, um exemplo. Eu agradeço ao prefeito Newton Lima pelos investimentos já feitos e peço para que eles continuem”, declarou.

Segundo o prefeito Newton Lima, a preocupação com o meio ambiente é um dever público. “O Parque Ecológico de São Carlos é um orgulho para a cidade e para toda nossa população, e para permanecer sendo referência e modelo nacional, vamos continuar investindo como temos feito nos últimos cinco anos, porque este governo reconhece a importância de todo o trabalho para a divulgação e, principalmente, para a preservação das espécies”, afirmou.

Para Emílio Ferratti, chefe de cozinha que atualmente trabalha com festas, não há na cidade um lugar melhor para passear. “Há mais de 15 anos eu, minha esposa e minhas duas filhas passamos os domingos no Parque. É o ponto de encontro da minha família. Fiquei longe da cidade por alguns anos e posso garantir que o parque está cada vez mais bem cuidado”, declarou Emílio.

O Parque Ecológico está aberto à comunidade e também recebe grupos para visitação monitorada. Fica na estrada municipal Guilherme Scatena, km 2, ao lado da Universidade Federal de São Carlos, funcionando de terça a sábado, das 8h às 16h30, e aos domingos, das 8h às 17h30. Para visitação de grupos basta fazer um agendamento com antecedência. Outras informações pelo telefone 3361.4456 ou pelo e-mail Este endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo. .

Visite o site www.pesc.org.br.

(06/09/06)