» MODELO DO NAI SERÁ IMPLANTADO EM PIRACICABA PDF Imprimir E-mail



Na última terça, dia 25, o secretário Especial de Infância e Juventude, Padre Agnaldo Soares de Lima, e a diretora da unidade da FEBEM em São Carlos, Joana Ravena, receberam representantes do Conselho Tutelar de Piracicaba e do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Alta Floresta, município de Mato Grosso, interessados em conhecer o modelo do Núcleo de Atendimento Integrado (NAI).

Padre Agnaldo apresentou as dependências do Núcleo e explicou como ele se constitui e atua. A quantidade de parceiros do NAI impressionou os visitantes: Poder Judiciário, Ministério Público, Procuradoria de Assistência Jurídica, Centro de Defesa, Secretaria Estadual de Segurança Pública, Fundação Estadual do Bem Estar do Menor (FEBEM), Secretaria Municipal e Secretaria Estadual de Educação, Conselho Tutelar, entidades assistenciais, Rede de Serviços, e as secretarias municipais de Saúde, Esportes, Cultura e Promoção Social.

“Esse é o modelo que Piracicaba precisa para cuidar do jovem”, assim a conselheira tutelar de Piracicaba, Márcia Zuleica Rocha, resumiu sua admiração. Segundo ela, em Piracicaba os jovens que cometem infrações não são tratados como deveriam. “É uma prisão, onde os meninos são tratados como bandidos, diferentemente daqui. O NAI cuida do adolescente, e não da infração. Cuidar do delito é missão para a polícia”, desabafou.

Os representantes do Conselho Tutelar de Piracicaba vieram pela primeira vez ao NAI em 2001. Com base na experiência que aqui tiveram, desenvolveram projeto semelhante, que foi apresentado ao Padre Agnaldo no final de 2004 para que ele opinasse a respeito.

A partir disso, ainda em dezembro do ano passado, em uma audiência pública, a população da cidade entendeu a importância do projeto e se engajou para implantá-lo. “Desde então, estamos recebendo todo tipo de doação, desde material de construção até mão-de-obra”, relata Márcia Zuleica. O projeto do NAI de Piracicaba está pronto, há um imóvel pronto para recebê-lo e a verba para implantação já está disponível. “ Só não está funcionando ainda porque emperrou na burocracia: falta a assinatura de um convênio”, explicou a conselheira.

Já Wagner Floriano, presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente de Alta Floresta, veio com a assistente social do conselho, Nair Yuriko, para conhecer o Núcleo. Segundo ele, o NAI foi escolhido porque é referência em todo o Brasil. “Em nossa cidade, que tem 70 mil habitantes, a situação está crítica nesta área, e nada é feito”, disse.

BALANÇO
Os resultados do trabalho executado no NAI são visíveis. No ano passado, o núcleo atendeu uma centena de jovens não custodiados e manteve em regime de custódia 95 adolescentes, uma média de oito ao mês. Destes, doze foram transferidos para outras unidades, 38 designados para liberdade assistida, nove absolvidos e 33 foram entregues aos pais.

(26/01/05)