» ESCOLA DE FÁBRICA INICIA CURSOS PROFISSIONAIS PARA JOVENS PDF Imprimir E-mail



Na última semana, 30 jovens de São Carlos ingressaram no Projeto Escola de Fábrica, que tem como objetivo possibilitar a inclusão social de jovens de baixa renda, por meio da formação profissional, em unidades formadoras no próprio ambiente das empresas. O projeto é uma ação do Governo Federal, por intermédio do Ministério da Educação, tendo a Prefeitura como instituição gestora. Os jovens selecionados têm entre 16 e 24 anos e renda familiar per capita de no máximo um salário mínimo e meio. Todos estão matriculados na rede pública de ensino. Para a implantação do projeto, o município está recebendo R$ 60 mil do Governo Federal, utilizados no pagamento de R$ 150 por aluno, pelo período de seis meses.

O Projeto está sendo coordenado pela Fundação Educacional São Carlos (FESC) em conjunto com as secretarias municipais de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia e Especial de Infância e Juventude. O apoio da iniciativa privada foi imprescindível para a realização do Projeto: as empresas Electrolux e o Grupo Encalso/Damha apóiam a iniciativa. Na Electrolux, 15 alunos estão participando do curso de iniciação profissional em processamento de termoplástico. Já no Grupo Encalso/Dahma, outros 15 jovens participam do curso de produção agropecuária. As empresas oferecem o transporte, alimentação, uniformes, salas de aula e monitores.

Os cursos têm 600 horas/aula e além das disciplinas especificas, também são ministradas aulas de ética e cidadania, informática, redação, matemática e meio ambiente. As aulas acontecem três vezes por semana no Campus 1 da FESC, na Vila Nery, onde também são servidos café da manhã e almoço. Aos sábados, os alunos participam de atividades esportivas no período da manhã. Jonas Lira Silva, 18 anos, aluno da E.E. “Esterina Placco”, classificado para fazer o curso na Electrolux, classificou o projeto como uma ótima oportunidade. “Nem acredito que estou fazendo um curso dentro da Electrolux; pretendo me dedicar ao máximo para futuramente tentar uma vaga aqui na empresa mesmo. Estou estudando e trabalhando porque vamos receber uma ajuda em dinheiro da Prefeitura”, disse.

Daiane Cristina Jacinto Pereira, 22 anos, aluna da E.E. “Gabriel Félix Amaral”, também classificada para o curso da Electrolux, vê o projeto como uma porta aberta para o mercado de trabalho. “Com esse curso estou começando uma nova etapa na minha vida. Pela primeira vez faço um curso direto em uma fábrica e ainda recebo por isso. Aqui a gente ganha tudo, desde as apostilas, uniforme, vale-transporte e ainda vai receber R$ 150 por mês, o que ajuda muito a minha família”, disse Daiane.

Carla Carolina Andrade, 16 anos, da E.E. Maria Ramos, aluna do curso de produção agropecuária realizado no Grupo Encalso/Damha, explicou que fez duas provas e passou por uma entrevista para conseguir uma vaga no projeto. “Achei isso muito bom porque com essa seleção realmente vem fazer o curso quem se interessa pelo assunto. Não adianta vir só por causa da bolsa e depois não se interessar pela área. Eu estou adorando e quero sair daqui técnico em agropecuária e buscar uma vaga no mercado de trabalho nessa área”, disse a adolescente.

Segundo o supervisor da área de plásticos e coordenador da Escola de Manufatura da empresa Electrolux, Flávio Ribeiro, os alunos estão tendo uma iniciação dentro da empresa, ou seja, aprendendo a trabalhar e a conviver em um ambiente fabril. “Com certeza eles vão sair desse treinamento sabendo como trabalhar dentro da empresa, como é montada uma lavadora, como nós fazemos a transformação de plásticos e como nós trabalhamos na área de termoplástico. Enfim, preparados”, afirmou.

Ribeiro ressaltou também que os alunos que mais se destacarem poderão futuramente pleitear uma vaga na empresa. “Tudo vai depender da demanda do mercado, se no momento o mercado estiver favorável, se existir alguma vaga, não tem porque não chamá-los”, disse o supervisor da Electrolux. Já Marcelo da Paz, do Grupo Encalso/Damha, disse que o projeto é um investimento. “Além de estar ratificando o lado da preocupação social, nos possibilita gerar mão-de-obra especifica e qualificada nas áreas em que nossa empresa atua. Futuramente abriremos cursos em outras áreas”, disse.

Para Elisabeth Martucci, diretora presidente da FESC e coordenadora do projeto, a Escola de Fábrica favorece o ingresso dos jovens no mundo do trabalho e estimula a permanência dos mesmos na escola. “A nossa intenção é arrumar mais parceiros, mais empresas que abram as portas para que no próximo semestre possamos oferecer mais vagas em novos cursos”, disse.

(14/02/06)