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Destinação correta de resíduos odontológicos.



MATERIAIS QUE PODEM CONTAMINAR MEIO AMBIENTE TERÃO POSTOS DE RECOLHIMENTO

A Secretaria de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia da Prefeitura deu início a uma campanha que visa conscientizar dentistas sobre a importância de separar e dar uma destinação adequada a resíduos odontológicos. Já foram instalados na cidade dois pontos de entrega voluntária de materiais químicos como reveladores, fixadores, chapas de raio-x e resíduos de amálgamas, que são utilizadas em obturações.

Segundo Eduardo Martins, assessor-técnico da secretaria, a ação integra o projeto “Gestão Sustentável dos Resíduos de Serviços de Saúde de São Carlos”, complemento do programa “Futuro Limpo”. Ele explica que antes da iniciativa não existiam locais adequados para o depósito desses materiais que contêm metais pesados prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, como prata e mercúrio.

O material entregue pelos dentistas nos pontos de entrega voluntária será recolhido pela Cooletiva (uma das cooperativas de coleta seletiva), que encaminhará os produtos para tratamento e reciclagem em empresas especializadas. “São Carlos tem grande quantidade de estabelecimentos odontológicos e não existia preocupação suficiente na destinação dos resíduos químicos, que são gerados todos os dias. E essa parceria entre secretaria, APCD e Uniodonto contribui para um outro aspecto importante: a preservação do meio ambiente”, explica Martins.

O assessor espera que os profissionais da área possam participar efetivamente da campanha recolhendo esses materiais e entregando nos locais indicados. “Um dos objetivos do projeto é contribuir para a melhoria da qualidade de vida de toda a população”, completa.

Os resíduos devem ser entregues identificados e em recipientes separados nos seguintes pontos de entrega: Uniodonto (rua XV de Novembro, 2597, Centro) e APCD (rua Treze de Maio, 2.226, Centro). Mais informações podem ser obtidas junto à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia, pelos telefones 3371-7238 ou 3371-7239, ou por meio do site www.anvisa.gov.br.

Normas
O Programa de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde abrange hoje cerca de 400 estabelecimentos na cidade com tratamento correto dos resíduos de saúde que muitas vezes eram separados, acondicionados ou encaminhados inadequadamente, podendo gerar problemas ambientais e de saúde pública.

Ele orienta os estabelecimentos no cumprimento da Resolução da Diretoria Colegiada nº 306 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que determina aos estabelecimentos prestadores de serviços de saúde o correto gerenciamento dos resíduos por eles gerados, atendendo às normas e exigências legais, desde o momento de sua geração até sua destinação final. O atendimento da legislação é de importância fundamental, uma vez que sua não observação pode acarretar prejuízos ambientais e de saúde para toda a população.

Reciclagem na Saúde
A Secretaria Municipal de Saúde é outro setor da Prefeitura que tem se preocupado com o descarte dos resíduos de saúde. Funcionários da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da avenida São Carlos implantaram há 4 meses um plano de reciclagem de resíduos infectantes, perfurocortantes e lixo comum, que consiste no manejo e acondicionamento em recipientes adequados para cada tipo de lixo. O material separado é recolhido por funcionários da Cooperlimp (Cooperativa de Limpeza).

Semanalmente, os produtos são separados para reciclagem na UPA da avenida São Carlos – 40 quilos de material que, dependendo da categoria, chegam a gerar uma renda de R$ 100/mês revertidos em benefício da própria unidade de saúde. Os funcionários da UPA foram treinados por meio de palestras e orientação da equipe do Programa Futuro Limpo.

Eduardo Martins explica que foi feito um treinamento com os profissionais da área de saúde, tanto pública como privada, para que eles pudessem ter conhecimento técnico para elaborar o plano de gerenciamento e destino adequado dos seus resíduos de saúde. A ação compreende também outras unidades de saúde, hospitais, clínicas odontológicas, veterinárias e médicas da cidade.

Martins salienta que toda iniciativa de coleta seletiva é importante porque o material separado pode ser reaproveitado, gerar renda para o próprio estabelecimento e promover a médio e a longo prazo o ganho ambiental, já que o material deixa de poluir, não vai para o aterro sanitário, é revertido em matéria-prima e volta para a cadeia produtiva.

O chefe de divisão administrativa da UPA, Francisco Luiz Neo, explica que, antes do setor tomar essa atitude, o material produzido era descartado como resíduo hospitalar e encaminhado para incineração em Campinas a um custo de R$ 3 mil a tonelada para o município. “Hoje, com a separação do material reciclável do contaminado, há uma economia de recursos para a Prefeitura e o material vendido para a iniciativa privada arrecada recursos que, depois de analisados por uma comissão de funcionários, define as prioridades para a aplicação da verba obtida em benefício da própria unidade de pronto-atendimento”, conclui.

(29/10/07)