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Programa “Carroceiros do Futuro” em workshop.



PROGRAMA BUSCA DISCIPLINAR O TRÁFEGO DE VEÍCULOS DE TRAÇÃO ANIMAL

A diretora do Departamento de Proteção Animal, Renata Grotta D´Agostino, vai apresentar o Programa “Carroceiros do Futuro” durante o workshop sobre Manejo de Eqüídeos e Vigilância de Zoonoses, idealizado pelo Instituto Pasteur (Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo) e o Centro de Controle de Zoonoses do Município de São Paulo.

Realizado no período de 6 a 9, este evento reúne médicos veterinários e outros profissionais que trabalham nos setores de recolhimento, transporte, guarda e controle de populações animais. “O objetivo é elaborar um protocolo considerando aspectos relacionados ao controle e vigilância das zoonoses transmitidas por estas espécies, saúde dos funcionários envolvidos e bem-estar animal”, descreve a diretora.

O workshop engloba vários temas, entre eles, relação do homem com os eqüinos, biologia dos cavalos, desenvolvimento comportamental e socialização, legislação referente aos eqüídeos, patologias mais comuns, infra-estrutura adequada, avaliação clínica e outros métodos alternativos. “Se não houver uma política específica para a convivência entre carros e cavalos nas vias urbanas, os resultados podem ser catastróficos”, observa o secretário municipal de Agricultura e Abastecimento, Sérgio Dutra.

Tráfego disciplinado e seguro
O “Carroceiros do Futuro” tem por finalidade disciplinar o tráfego de veículos de tração animal, garantindo em contrapartida o bom estado de saúde dos animais e de conservação dos veículos de tração. A principal proposta é evitar acidentes nas vias públicas, coibir maus tratos e reduzir drasticamente os gastos públicos com recolhimento e manutenção de animais de grande porte.

Os eqüinos passam por avaliação veterinária, onde são vermifugados, chipados e recebem ferraduras de borracha, recortada no formato do casco e com fenda no centro, de forma a não encobrir as ranilhas do animal. O condutor é cadastrado e aprende orientações básicas sobre cuidados com o animal, legislação municipal relacionada com o assunto e regras gerais de trânsito. Em conjunto com uma cartilha educativa, o proprietário ganha uma habilitação específica para Veículo de Tração Animal (VTA), abrangendo a numeração da placa, todas as características do animal e o número do microchip.

Durante o processo de vistoria, tanto para emissão da documentação quanto nas fiscalizações periódicas, são observados os seguintes itens: sistema de freios acionados por alavanca, não sendo permitido o uso do “bridão”; pneus e rodas, que devem estar em bom estado de conservação; varal nivelado horizontalmente com a altura da carroça, com largura adequada à anca do animal, evitando que, quando o veículo esteja parado, o peso da carga recaia sobre ele e também os efeitos em sentido contrário, quando o peso da carga for à parte traseira do veículo, de forma a não causar-lhe maus-tratos; assoalhos, guardas e retrancas adequados ao veículo e em bom estado de conservação; celote, suador e quaieira atrelados de forma a não causar ferimentos ao animal, não podendo ser emendados com arames, fios, cordas ou pregos; e viseira.

De acordo com a Lei Municipal nº 13.222, todos os animais de tração que trafegam na área urbana do município são identificados eletronicamente através da implantação do microchip (transponder). Através deste instrumento é possível verificar se o animal está trafegando em local inapropriado, podendo ocasionar qualquer tipo de acidente. Se o eqüino for a óbito por conduta inadequada ou omissão do proprietário, o mesmo poderá ser localizado, permitindo a adoção das medidas pertinentes ao caso.

O microchip é implantado no lado esquerdo do pescoço (ponto médio) e a leitura é feita com o posicionamento do aparelho próximo à região da implantação. A leitora então apresenta o número do transponder implantado e, através de um software, é possível identificar o proprietário e seus dados cadastrais.

Este programa foi implantado em dezembro de 2003, identificando 490 animais e 260 veículos. Foi registrada uma redução de 75% no número de animais de grande porte recolhidos nas ruas em situação de risco ou irregular, sendo também reduzido efetivamente o número de denúncias sobre maus tratos.

Os condutores também criaram o hábito de procurar a Prefeitura, para buscar mais informações sobre cuidados de trânsito, cardápio sobre alimentação ideal e os principais cuidados higiênicos necessários para a saúde dos cavalos. “Antes deste programa, o óbito por falta de alimento ou excesso de trabalho eram constantes, e conseguimos alterar este panorama na cidade”, enaltece Renata.

(06/11/07)