» GRUPO ROTUNDA VOLTA AO TEATRO MUNICIPAL APÓS 40 ANOS PDF Imprimir E-mail

Diretora de Teatro Teresa Aguiar
Neste final de semana, dias 18 e 19 , o grupo de teatro Rotunda volta a ocupar o palco do Teatro Municipal “Dr. Alderico Vieira Perdigão” com as peças “Cadê o Saci?” e “Topografia de um Desnudo”. Primeiro grupo de teatro profissional do interior do Estado de São Paulo, fundado em 1967 sob a direção de Teresa Aguiar, o grupo é originário do TEC – Teatro do Estudante de Campinas, criado em 1948. A falta de uma casa de espetáculos em Campinas determinou a dupla cidadania do grupo, que acabou obrigado a fazer sua estréia em São Carlos com “Electra”, em 1967.

Por seus espetáculos passaram importantes nomes do cenário nacional como Regina Duarte, que iniciou a carreira artística no grupo e participou de vários espetáculos ganhando seus primeiros prêmios como atriz; Ney Latorraca, que também ganhou seu primeiro prêmio como ator sob a direção de Teresa Aguiar; José de Abreu, Jofre Soares, Nídia Lícia, Nilda Maria, Bárbara Bruno, Márcia Maria, Herson Capri, Edwin Luisi, entre outros.

Espetáculos
O espetáculo infantil “Cadê o Saci?” será apresentado tanto no sábado, dia 18, como no domingo, dia 19, a partir das 16h. Conta a história de uma floresta que está doente, povoada de seres estranhos, depois que seus habitantes foram expulsos. A sobrevivência da floresta está em risco, e para salvá-la entram em cena os amigos Curupira, Caipora, Boitatá e Iara. Mas para conseguir atingir seus objetivos vão precisar da ajuda de outro amigo que está desaparecido: o Saci. De forma simples, direta e divertida, as crianças serão introduzidas a noções básicas de ecologia e descobrirão que, mesmo nas grandes cidades, é possível ter uma vida mais saudável.

Já a peça “Topografia de um Desnudo” será apresentada às 21h nos dois dias. O texto resgata um triste acontecimento da história recente brasileira, ocorrido na cidade do Rio de Janeiro na década de 60, e que ficou conhecido como "operação mata mendigo". A primeira montagem brasileira do texto foi em 1985, também sob direção de Teresa Aguiar, depois de 14 anos de censura.

Para os dois espetáculos, os ingressos custam R$ 10,00 inteira e R$ 5,00 meia-entrada. O horário de atendimento ao público no Teatro Municipal é de terça a sexta, das 14h às 18h (Secretaria) e 16h às 20h (Bilheteria - em dia de espetáculo ficará aberta até o horário de início do espetáculo). Conforme legislação vigente, pagam meia-entrada nos shows e eventos realizados no Teatro Municipal: menores de 18 anos, estudantes (com carteira atualizada), maiores de 60 anos e professores. Confira a programação completa.

Grupo Rotunda
O Rotunda continuou suas atividades em São Paulo até 1971. Em 1972, em Campinas, fez “Hipólito”, ao ar livre, inaugurando a arena externa do Centro de Convivência. A partir daí, o grupo alterna sua produção entre Campinas e São Paulo, viajando com suas peças também para outros estados.

O grupo também foi o responsável pela preparação de atores dos longa- metragens “A Ilha do Terrível Rapaterra”, de Ariane Porto, do qual participaram os atores Lima Duarte, Arlete Salles, Tadeu Mello e Augusto Pompeu, e “Topografia de um Desnudo”, de Teresa Aguiar com a participação também de Lima Duarte, além de Ney Latorraca, Gracindo Júnior, José de Abreu, Maria Alice Vergueiro, Kito Junqueira e Lella Puopolo. Sob a direção de Teresa Aguiar, o Rotunda prossegue seu caminho oferecendo um grupo de teatro estável, contribuindo para o aperfeiçoamento de sua identidade cultural e para a formação de novos atores.

Teresa Aguiar
A diretora teatral Teresa Aguiar recebeu a Ordem do Mérito Cultural do Brasil. Segundo o Ministro da Cultura, Juca Ferreira, o convite para Teresa ingressar na Ordem do Mérito Cultural é “uma justa e merecida homenagem que o país presta por sua relevante contribuição à cultura”. Teresa Aguiar, advogada, mestre em artes pela USP, atua na cena teatral brasileira há mais de 40 anos.

Em 1967 fundou, em Campinas, o Grupo Rotunda. Antes disso, porém, já atuava no Teatro do Estudante, ao lado de Paschoal Carlos Magno. Em 1984, ao lado de outros companheiros, criou em Campinas o Teatro de Arte e Ofício, conhecido como TAO, que hoje abriga o Ponto de Cultura “A Era do TAO”, dedicado à formação técnica nas áreas do audiovisual e artes cênicas.

Sua atividade cultural se estendeu também ao litoral, onde fundou, em 1989, o Centro Cultural São Sebastião Tem Alma. Reconhecida como OSCIP pelo Ministério da Justiça, o São Sebastião Tem Alma vem, há 20 anos, atuando na recuperação da cultura dos povos do mar e abriga, desde 2004, o Ponto de Cultura Povos do Mar, do Ministério da Cultura.

Ao longo de sua carreira, dirigiu mais de 40 espetáculos teatrais, além de documentários e programas para televisão, como a série TV Povos do Mar. Em 2002, estreou no cinema, dirigindo os atores do longa metragem infantil “A Ilha do Terrível Rapaterra”. Ainda neste ano, lançará seu primeiro longa-metragem como diretora geral: “Topografia de um Desnudo”, que inaugurou o pólo cinematográfico de Paulínia. Desde agosto deste ano, integra a Academia Campineira de Letras e Artes, ocupando a cadeira que foi de Cacilda Becker.

(15/10/08)