» SÃO CARLOS REALIZA MUTIRÃO PARA RECOLHER LIXO ELETRÔNICO PDF Imprimir E-mail

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia, através do “Futuro Limpo” – Programa Municipal de Redução e Controle de Resíduos, do Departamento de Política Ambiental -, informa à população que vai realizar nesta quinta, dia 30, o Mutirão do Lixo Eletrônico, com o objetivo de recolher pilhas, baterias, celulares usados, computadores e equipamentos de informática.

O evento é promovido pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SMA) com apoio das prefeituras. A iniciativa favorece a conscientização da população sobre os procedimentos para o descarte adequado desses materiais. Os metais tóxicos podem contaminar o solo e atingir o lençol freático, interferindo na qualidade dos mananciais. Caso a água venha a ser utilizada na irrigação, criação de gado ou mesmo no abastecimento público, o homem pode ser afetado.

A contaminação no homem pode ocorrer pelo contato direto com os elementos químicos, que entram na fabricação dos equipamentos eletrônicos. Isso acontece principalmente com aqueles que manipulam placas e circuitos eletrônicos sem os devidos cuidados. É o caso de muitos trabalhadores que, sem outras fontes de recursos, dedicam-se a recuperar aparelhos do lixo para derreter as placas e comercializar o metal. Isso ocorre ainda, com o lixo eletrônico jogado em aterros não controlados.

Foram disponibilizadas onze urnas para São Carlos, que serão instaladas em locais de maior acesso (veja abaixo). Outras informações podem ser obtidas na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia, através dos telefones 3371-7238 ou 3371-7239.

 

Lixo eletrônico
Muitas pessoas entendem por lixo eletrônico os spans que são enviados em seus e-mails, mas quando você descarta um equipamento eletrônico que não possui mais utilidade, você está gerando um lixo eletrônico, também conhecido como “e-lixo”. São materiais como pilhas, baterias, celulares, computadores, televisores, DVDs, CDs, rádios, lâmpadas fluorescentes e muitos outros, que se não tiverem uma destinação adequada vão parar em aterros comuns e contaminar o solo e as águas, trazendo danos para o meio ambiente e para a saúde humana.

O problema é que o tempo de utilização desses produtos é cada vez menor. E não é porque eles deixam de funcionar, mas porque, com a rápida modernização das tecnologias, os aparelhos tornam-se ultrapassados em uma velocidade assustadora. No Brasil, por exemplo, o tempo médio de uso de um celular é inferior a dois anos e o de um computador é de quatro anos nas empresas e cinco anos nas residências. Então, imagine o seguinte cenário: Hoje, o país tem 130,5 milhões de celulares. Se daqui a dois anos todos forem trocados, aonde é que vai parar esta montanha de celulares descartados? E o que fazer daqui a quatro ou cinco anos com os 50 milhões de computadores em uso nas empresas e nas residências brasileiras?

Segundo a ONG Greenpeace, estima-se que são produzidos, todos os anos, cerca de 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico, que correspondem a 5% de todo o resíduo produzido na Terra. Isso representa um volume suficiente para lotar uma locomotiva, com vagões que dariam a volta ao mundo. A boa notícia é que boa parte deste lixo pode ser reutilizada em equipamentos novos ou reciclados. Basta que as pessoas dêem um destino adequado ao seu “e-lixo”.

Perigos
Na composição dos equipamentos eletrônicos existem substâncias tóxicas como mercúrio, chumbo, cádmio, belírio e arsênio – altamente perigosos à saúde humana. Além disso, para se produzir os aparelhos também são utilizados compostos químicos retardantes de chamas e PVC, que demoram séculos para se decompor no meio ambiente. Em contato com o ar, as águas e o solo, e por exposição direta ou indireta via água de abastecimento e alimentos, essas substâncias podem causar distúrbios no sistema nervoso, problemas renais e pulmonares, câncer e outras doenças, podendo, inclusive, afetar o cérebro.

Os metais pesados, com alta concentração no lixo eletrônico, têm a propriedade da bioacumulação nos organismos vivos e, dessa forma, se estender por toda a cadeia alimentar, chegando ao topo, onde se encontra o homem. Veja o que cada um desses elementos químicos pode causar no organismo humano:

• Chumbo – provavelmente, o elemento químico mais perigoso; acumula-se nos ossos, cabelos, unhas, cérebro, fígado e rins; causa dores de cabeça e anemia, mesmo em baixas concentrações; age no sistema nervoso, renal e hepático.
• Cobre – causa intoxicações; afeta o fígado.
• Mercúrio – altamente tóxico, concentrações entre 3g e 30g podem ser fatais ao homem; é de fácil absorção por via cutânea e pulmonar; tem efeito cumulativo; provoca lesões no cérebro; tem ação teratogênica - malformação de fetos durante a gravidez.
• Cádmio – acumula-se nos rins, fígado, pulmões, pâncreas, testículos e coração; causa intoxicação crônica; provoca descalcificação óssea, lesões nos rins e afeta os pulmões; tem efeito teratogênico e cancerígenos.
• Bário – tem efeito vasoconstritor, eleva a pressão arterial e age no sistema nervoso central; causa problemas cardíacos.
• Alumínio – favorece a ocorrência do mal de Alzheimer e tem efeito tóxico sobre as plantas.
• Arsênio – acumula-se nos rins, fígado, sistema gastrointestinal, baço, pulmões, ossos e unhas; pode provocar câncer da pele e dos pulmões, anormalidades cromossômicas; tem efeito teratogênicos.
• Cromo – acumula-se nos pulmões, pele, músculo e tecido adiposo; pode causar anemia, afeta o fígado e os rins; favorece a ocorrência de câncer pulmonar.
• Níquel – tem efeito cancerígeno.
• Zinco – entra na cadeira alimentar afetando principalmente os peixes e as algas.
• Prata – tem efeito cumulativo; 10 g de nitrato de prata é letal ao homem.

(28/10/08)