PRESÉPIO PODE SER VISITADO NO MERCADÃO PDF Imprimir E-mail
Marceneiro mantém arte dos presépios há 72 anos

O marceneiro Antonio Joaquim da Cruz, de 87 anos, transformou uma brincadeira dos tempos de garoto em uma grande atração natalina, dessas de encher os olhos do público. Nos últimos 72 anos, dedica-se a montar presépios mecanizados como o que está exposto no Mercado Municipal de São Carlos até o final de dezembro.

Antonio montou o primeiro presépio aos 15 anos e nunca mais parou. As primeiras figuras de barro foram aos poucos substituídas por novos personagens. O primeiro presépio mecânico surgiu em 1941. “Era movido à mão, pelo meu irmão mais velho”, recorda-se Antonio. A reprodução da cena do nascimento de Jesus ganhou ainda mais vida com a motorização, em 1953.

Natural de Guarapiranga, Antonio montou o primeiro presépio em São Carlos na Igreja Santo Antonio, em 1982. Mas o maior de todos foi instalado na Igreja de Nossa Senhora da Penha, na capital paulista, em 1958. O presépio tinha 56 metros de largura e precisou de 40 dias para ser montado. Antonio revela que leva até três anos para montar suas obras. “Não tenho outro pensamento a não ser montar o presépio e, ainda, assobiando música de Natal”, conta.

O presépio montado no Mercadão são-carlense transformou-se na atração do local nesse período que antecede o Natal. Uma cachoeira escorre por uma colina e faz a movimentação dos monjolos. Trens, carroças e personagens se movimentam na plataforma de três metros montada por Antonio. As pequenas luzes iluminam as várias cenas e a manjedoura com o Menino Jesus. “É uma emoção ver a alegria das crianças com o presépio”, revela.

O artista não descuida dos detalhes e mantém plantão diário, das 10h às 22h, no Mercadão. Um amigo conhecido como Lino Carreteiro ajuda nos intervalos para refeições e descanso.  

Histórico
Tradição no Natal, o primeiro presépio da história teria sido montado por São Francisco de Assis, em 1223. Com o objetivo de festejar a noite de Natal, levou os fiéis até uma floresta, para onde transportou uma manjedoura, um boi e um burro. O santo queria explicar melhor o Natal aos camponeses, que não conseguiam entender a história do nascimento de Jesus. A partir dessa época, o costume espalhou-se pelas principais catedrais, igrejas e mosteiros da Europa.

(17/12/09)