» SÃO CARLOS VAI REALIZAR TRIAGEM DAS HEMOGLOBINOPATIAS PDF Imprimir E-mail



A Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de São Paulo, estará colocando em funcionamento a partir de janeiro de 2007, na Divisão de Vigilância Epidemiológica, um Sistema de Vigilância dos Erros Inatos do Metabolismo com triagem e registro de dados das hemoglobinopatias da população de São Carlos que por idade, ou qualquer outro motivo, não se submeteu à triagem neonatal.

Hoje, os exames do Teste do Pezinho, que detectam doenças metabólicas ou genéticas congênitas, e os erros inatos do metabolismo (alterações do teste) das crianças que nascem no município são encaminhados das unidades de saúde para o Instituto Adolfo Lutz, mas a partir de janeiro terão o fluxo controlado pela Vigilância Epidemiológica após triagem, confirmação de diagnóstico, acompanhamento e tratamento dos casos identificados de fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito e hemoglobinopatias.

Atualmente, o Instituto Adolfo Lutz realiza em São Carlos cerca de 500 Testes do Pezinho por mês, incluindo exames para a microrregião de cinco municípios como Porto Ferreira, Descalvado, Santa Rita do Passa Quatro, Ribeirão Bonito e Dourado.

Tratamento das doenças
O hipotireoidismo congênito e as hemoglobinopatias serão tratados em São Carlos pelo fato de a cidade já possuir médicos especialistas, profissionais e infra-estrutura capacitada. Já os casos de fenilcetonúria receberão suporte da APAE-SP, uma vez que requerem o uso de leite e alimentos especiais que são, muitas vezes, importados. São Carlos firmou parceria com a APAE-SP por ser uma entidade pioneira do Teste do Pezinho em toda a América Latina e de maior laboratório de Triagem Neonatal credenciado pelo Programa Nacional de Triagem Neonatal do Ministério da Saúde (PNTN).

A campanha em São Carlos está sendo realizada em duas etapas: na primeira, desenvolvida entre os dias 25 de maio e 2 de junho deste ano, segundo a APAE-SP, foram identificados três pacientes com doença falciforme e 441 heterozigotos (portadores de traço falciforme) em 11.202 pessoas triadas. São Carlos registrou ainda 12 casos de hipotireoidismo congênito e 1 de fenilcetonúria.

A segunda etapa, que está sendo realizada neste mês, desenvolve ações para a detecção de afetados e heterozigotos entre os familiares daqueles indivíduos diagnosticados na primeira etapa da campanha de hemoglobinopatias. Todos os doentes detectados nesta campanha estão sendo encaminhados para orientação e tratamento nos serviços de hematologia e todos os heterozigotos estão sendo orientados quanto a esta condição.

Edel Zóia, coordenadora da Vigilância Epidemiológica, lembra que hoje São Carlos não dispõe de um banco de dados com acompanhamento de casos suspeitos identificados na Triagem Neonatal e, portanto, sem a possibilidade de avaliar a incidência e a prevalência destas doenças. “O principal benefício da parceria da Prefeitura com a APAE-SP é que a partir do momento que esses exames são realizados e triados, passaremos a ter o acompanhamento do fluxo de exames tanto na sua totalidade como nas possíveis alterações, e poderemos acompanhar e orientar o tratamento para as hemoglobinopatias. Vamos melhorar o acolhimento aos pacientes que possam ter erros inatos do metabolismo”, explicou.

Capacitação
A farmacêutica e bioquímica responsável pela área técnica do laboratório da APAE-SP, Sônia Marchesi Hadachi, realizou na quarta, dia 6, no auditório do SAAE, uma oficina com o objetivo de orientar e capacitar cerca de 50 enfermeiros e auxiliares de enfermagem do serviço municipal de saúde sobre as hemoglobinopatias identificadas no Teste do Pezinho. “Os servidores tiveram toda a orientação sobre a anemia falciforme e como podem ser herdados esses genes. Eles saem da oficina aptos a orientar as famílias sobre os procedimentos corretos em relação às hemoglobinopatias”, ressalta Sônia.

(07/12/06)